A Profissão de Técnico em Necropsia: A Evolução Tecnológica no Exame Pós-Morte.

A profissão de técnico em necropsia, muitas vezes associada ao trabalho essencial, porém silencioso, de elucidação de causas de morte, tem evoluído significativamente com o tempo. Esses profissionais, que atuam em estreita colaboração com médicos legistas, investigadores e patologistas forenses, desempenham um papel crucial na investigação de óbitos, seja por causas naturais, acidentes ou crimes. No entanto, o que muitos não percebem é o quanto essa área tem se beneficiado dos avanços tecnológicos, que têm melhorado não apenas a precisão e a eficiência das necropsias, mas também o conforto e a segurança dos profissionais.

O técnico em necropsia é responsável por tarefas que vão desde a preparação do corpo, passando pela coleta de amostras biológicas, até o registro detalhado de achados anatômicos. Com o aumento das demandas em termos de precisão diagnóstica e a pressão por resultados mais rápidos, as novas tecnologias estão revolucionando a maneira como os técnicos trabalham. Entre os avanços recentes, destacam-se o uso da tomografia computadorizada post-mortem (Virtopsy), a impressão 3D aplicada à reconstituição de lesões, e a automação de procedimentos com sistemas robóticos. Esses novos recursos não apenas aumentam a capacidade de análise de cada caso, mas também trazem um impacto positivo na preservação de evidências forenses e na minimização de erros humanos.


O Uso de Tecnologias Avançadas na Necropsia

Nos últimos anos, a necropsia tradicional, que envolve a dissecção manual do corpo, tem passado por uma revolução tecnológica. Um dos maiores avanços foi o desenvolvimento do conceito de necropsia virtual, conhecida como Virtopsy. Utilizando técnicas de imagem avançadas, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), os técnicos agora conseguem visualizar o interior do corpo sem precisar fazer incisões. Isso não só preserva o corpo para cerimônias fúnebres, como também é uma solução menos invasiva e mais rápida para casos em que o tempo é um fator crítico. O Virtopsy permite criar modelos tridimensionais do corpo, possibilitando que lesões internas sejam analisadas com extrema precisão, o que é crucial em investigações criminais ou em mortes por traumas complexos.

Além das tecnologias de imagem, a impressão 3D está se tornando cada vez mais popular na necropsia. Ela permite criar réplicas de órgãos ou partes do corpo afetadas por traumas para estudos detalhados. Esses modelos impressos facilitam a análise em conjunto com outros especialistas e podem ser usados como provas em tribunais, oferecendo uma maneira clara e precisa de ilustrar lesões. A combinação de escaneamento de alta resolução com impressão tridimensional também ajuda na reconstituição de faces e crânios em casos onde a identificação visual se torna difícil devido ao estado do corpo. Dessa forma, a precisão e a clareza das evidências aumentam consideravelmente, beneficiando todo o processo investigativo.

Outra inovação importante é o uso de sistemas robóticos e automação na necropsia. Alguns laboratórios e institutos forenses já estão adotando braços robóticos para auxiliar no manuseio do corpo e na coleta de amostras biológicas, como sangue e tecido. Isso não só melhora a precisão das análises, mas também protege os técnicos em necropsia de riscos biológicos, como a exposição a agentes infecciosos. A automação também permite a realização de procedimentos repetitivos, como a remoção de órgãos, com mais rapidez e eficiência, o que é especialmente útil em ambientes de alta demanda, como hospitais e centros forenses em grandes cidades. Esses avanços estão ajudando a reduzir o tempo de espera pelos resultados de necropsias e oferecendo mais segurança aos profissionais da área.


A Transformação da Carreira e as Oportunidades Futuras

Com o advento dessas novas tecnologias, a profissão de técnico em necropsia está se transformando. A necessidade de habilidades manuais, como a dissecção tradicional, ainda permanece, mas o conhecimento em ferramentas digitais, processamento de imagens e até mesmo impressão 3D está se tornando cada vez mais valioso. As instituições de ensino voltadas para a formação desses profissionais estão começando a incluir em seus currículos treinamentos relacionados ao uso de tecnologias de imagem, robótica e automação, preparando os alunos para esse novo cenário de atuação.

Com a demanda crescente por investigações mais rápidas e precisas, as oportunidades para técnicos em necropsia estão em expansão, tanto em ambientes forenses quanto em hospitais, universidades e laboratórios de pesquisa. O uso dessas tecnologias também abre novas possibilidades para que os técnicos colaborem de forma mais estreita com médicos legistas, engenheiros biomédicos e outros profissionais de áreas correlatas, ampliando seu campo de atuação.

No futuro, é provável que os técnicos em necropsia se tornem cada vez mais especialistas em tecnologias digitais aplicadas à forense. Ferramentas de inteligência artificial (IA) já estão sendo testadas para auxiliar na interpretação de dados de necropsia virtual, oferecendo insights mais rápidos e precisos sobre as causas da morte. Esses avanços são um reflexo claro de como a profissão está evoluindo em direção a uma maior integração com a ciência e a tecnologia, trazendo mais eficiência, precisão e segurança para os profissionais que atuam nessa área.


Se você deseja se aprofundar nesse campo, esteja atento às inovações tecnológicas, pois elas estão moldando o futuro da necropsia e criando um campo de atuação mais desafiador e dinâmico.

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